terça-feira, 23 de agosto de 2016

Kotonoha no niwa e as Máscaras Sociais por Gabriel Costa

Olá senhoras e senhores leitores, meu nome é Gabriel, moro em Fortaleza e sou um amigo da Vitória, estudamos juntos no curso técnico de telecomunicações. Espero que apreciem o texto.

Ficha técnica:
- Título: kotonoha no niwa
- Diretor: Makoto Shinkai
- Estúdio: CoMix Wave Films
- Lançamento: 31 de maio de 2013


Antes de começar a falar do filme, deixem-me elogiar o trabalho do Makoto Shinkai, no filme percebemos  como ele é um diretor de detalhes, um diretor de “closes”, que sabe bem como colocar a realidade dentro de uma animação. Detalhes como o dobrar de um sapato ao se pisar no chão ou até mesmo os pingos de água da chuva se espelhando ao cair são muito bem retratados. Além disso, o filme apresenta uma trilha sonora correspondente com a realidade, o barulho da chuva ao cair no chão, o som do lápis quando o protagonista esta desenhando em seu caderno, tudo isso é retratado com muito cuidado para que o telespectador possa emergir na vida dos personagens.

Agora, sobre o filme em si. Kotoha no niwa segue Takao Akizuki, um colegial de 15 anos que está entediado com seu meio social, ele resolve matar aula em dias chuvosos para desenhar sapatos, já que ser sapateiro é seu sonho, em um jardim no parque de Shinjuku e lá ele acaba encontrando Yukino Yukari, uma mulher que enfrenta problemas em seu trabalho e por isso o falta para ficar bebendo cerveja e comendo chocolate naquele mesmo lugar.


É interessante ver como a relação dos dois se desenvolve de maneira concisa mesmo sendo um curta, e é nessa relação que reside o tema o qual eu vou abordar.

É bom reparar que, nas cenas ensolaradas, há a presença de várias pessoas na rua, enquanto que nas cenas chuvosas não há quase ninguém na rua, ou seja, os dois esperam estar a sós para poder mostrar seu verdadeiro eu um para o outro. Eles anseiam por isso e ficam tristes nós dias ensolarados quando tem que voltar a usar aquela máscara, ou ate mesmo fugir de seus problemas.

Do mesmo jeito somos nós, ansiamos por sermos nós mesmos, mas às vezes, por algum motivo nos contemos e acabamos por aceitar o que as pessoas projetam em nós e isso está errado, pois esse é um caminho para uma vida infeliz e cheia de frustração.

Desejamos “dias chuvosos” sem os olhares julgadores por perto, mas máscaras caem, fugir cansa, seja você mesmo, encare o problema.